Phnom Penh and the Killing Fields – Cambodia

Como agora estou viajando e fazendo inúmeras coisas (ok, nem tanto) estou bem atrasada nos posts, pois fiquei 3 noites em PP e mais 5 noites em Siem Reap de onde escrevo no momento. Então tentarei escrever posts mais resumidos de cada cidade, será que consigo? 😛

Phnom Penh (toda hora escrevo errado), foi uma grande surpresa. Gostei bastante da cidade, do seu caos, do seu rio, das pessoas, das variedades, mas também vi de forma muito clara a pobreza que assola este país, além do triste turismo sexual que atrai ocidentais-velhos-nojentos a este país, em números assustadores.

Fiquei em um hostel bem localizado , de frente ao Rio Tonle Sap (o rio Mekong também passa por lá) e pude andar aos principais pontos turísticos da cidade. Assim que cheguei já fui andar atrás de algum lugar para almoçar, mas foi meio divicil encontrar um local mais “local” porém encontrei, e meu almoço custou 1 dólar #iloveasia. De lá fui andando até o Mercado Central que tem uma arquitetura única e vale muito a visita. Lá eles vendem de tudo, muitas pedras preciosas (não sei quão verdadeiras são), mas também muitos souvenirs. Logo ao lado existe um shopping Sorya Shopping Center, que não é grandes coisas mas tem um supermercado legal e outras lojas, mas só produtos asiáticos, nada das grandes lojas. Saindo de lá fui presenteada com um belo por-do-sol.

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Tuktuks, muitos! Tinha que recusar uma viagem ao menos umas 20 vezes por dia.

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Asiáticos são excelentes eletricistas!

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Em alguma rua de Phnom Penh

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O mercado central ao fundo

Dentro do Mercado Central

Dentro do Mercado Central

Na orla onde as pessoas passeiam, fazem exercícios, jogam peteca, etc.

Na orla onde as pessoas passeiam, fazem exercícios, jogam peteca, etc.

Existe também o Royal Palace (palácio real) e o Museu Nacional que valem a visita.

A frente do palácio rela (pena que a foto ficou desfocada)

A frente do palácio rela (pena que a foto ficou desfocada)

Sabia que uma das principais atrações da cidade era o Killing Fields (Choueung Ek) (algo como um campo de concentração) porém ainda estava na dúvida se eu realmente queria ir ou não. Já tinha lido relatos de que era muito triste a visita e como não faz muito tempo visitei Auschwitz na Polônia e foi MUITO difícil e triste, continuava me perguntando se que queria enfrentar isso ou não. Acabei decidindo em ir,  1o por insistência dos motoristas de tuktuks, que estão espalhados pela cidade e que te oferecem uma corrida a cada 5 segundos e 2o porque achei que entender o que aconteceu neste país em sua história tão recente, me ajudaria a entender seu povo e o Camboja dos dias de hoje.

A história do Khmer Rouge (Khmer Vermelho) é longa e não saberia explicar muito bem, mas resumidamente seria: regime comunista liderado pelo psicopata Pol Pot, entre 1975 e 1979 que acreditava em uma reforma social e tinha como objetivo criar uma sociedade comunista puramente agrária. Ou seja, qualquer pessoa que tinha estudos ou uma profissão que não fosse de agricultor, deveria ser excluído. Estima-se que cerca de 2 milhões de cambojanos (na época 1/3 da população do país) tenham morrido em ondas de assassinatos, tortura e fome. Estima-se que houveram 300 campos de matança (como o que eu visitei) espalhados pelo país. 

Bom, deu para perceber que foi algo tenebroso né? A visita ao local é de cortar o coração. É uma visita de 1 hora com um audio-guia que vai nos contanto sobre o local e a história. O local em si é lindo, cheio de árvores, uma paz. Mal é possível associar o local com o passado recente que ali aconteceu.

Monumento em homenagem as vitimas. É lá que os ossos e crânios estão guardados.

Monumento em homenagem as vitimas. É lá que os ossos e crânios estão guardados.

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Lindo local em frente a um lago onde você podia sentar e ouvir no seu audio-guia, histórias de sobrevivente.

Lindo local em frente a um lago onde você podia sentar e ouvir no seu audio-guia, histórias de sobrevivente.

Não existem “estruturas” em si, pois tudo foi destruído, mas a história é contada muito bem, e é possível ver roupas, ossos, e as valas onde os corpos eram jogados. Os cambojanos que estavam presos em outro local, eram trazidos a este campo durante a noite, e aqui morreriam naquela mesma noite. A crueldade era inimaginável, pois eles não usavam balas para matar as pessoas, uma vez que era muito caro, então eles usavam o que tinham disponível em termos de instrumentos de agricultura (pá, machado, foice, etc), terrível. Um dos pontos mais dolorosos da visita e uma árvore em específico que o audio-guia conta que era dali que bebes eram arremessados. Além disso, música comunista era tocada no volume máximo, todas as noites, para abafar os gritos e para que os demais pensassem que aquele local não se passava de um local de encontro do partido comunista. O campo em si fica 15km de Phnom Penh.

No monumento principal do campo existe algo como uma pagoda (templo) onde cerca de 3 mil crânios esta expostos e organizados de diferentes formas, de acordo de como eles foram assassinados. Existe também um museu, com uma maior explicação e alguns objetos encontrados no local.

Saindo de lá ainda faz parte ir ao Tuol Sleng Genocide Museum (Museu do Genocidio) que é uma antiga escola onde os Khmer usava como prisão e por ali estima-se ter passado mais de 20,000 pessoas, que depois foram levadas para o Killing Fields. Mais uma vez, muita crueldade, instrumentos de tortura, que eram utilizados para arrancar confissão dos prisioneiros. Mesmo estes sendo inocentes, acabavam confessando que seriam contra do Khmer, tamanha loucura deste líder. É possível ver as fotos de diversos prisioneiros e ler relatos de alguns sobreviventes.

Bom, depois disso tudo o que dizer? Como o líder do seu próprio país pode matar seu próprio povo? Isso tudo aconteceu quando meus pais já eram vivos! Tudo isso deixou marcas no país, é obvio. Além disso existem as marcas deixadas também pela guerra do Vietnã, onde o país também foi altamente bombardeado e muitas minas ainda estão espalhadas pelos campos deste país. O que dizer de países como os EUA (no caso da guerra do Vietnã) ou a China (que apoiou o governo de Pol Pot) ou até de todo comunidade internacional que deixou até 1993 o Khmer ter assento nas Nações Unidas e que até hoje poucos foram julgados e condenados pelos crimes que cometeram?

Enfim, é impossível entender. Minha admiração por este povo tão carente mas tão generoso em sorrisos!

Phnom Penh foi minha porta de entrada neste país com uma historial cruel recente, mas com belezas naturais e pessoas incríveis pela qual já conquistaram meu coração.

Em breve contarei sobre Siem Reap e os templos de Angkor, meu próximo destino.

Beijos,

F.